Brachiopoda
Brachiopoda (do latim
brachion, braço +
podos, pé) é um
filo do reino
Animalia. Os braquiópodes são animais solitários, exclusivamente marinhos e bentónicos. O corpo mole está incluso numa carapaça composta por duas valvas, à semelhança dos
moluscos bivalves, no entanto os dois grupos são bastante distintos. A concha, de natureza fosfatada ou carbonatada, pode apresentar ornamentações diversas. O grupo é representado por cerca de 4.500 gênero, dos quais apenas 120 são viventes, a maioria dos géneros extintos são do
Paleozóico. A maioria dos braquiópodes actuais tem dimensões reduzidas, entre 5 milímetros a 8 centímetros de lagura, mas algumas formas
fósseis atingiram 30 centímetros. A concha dos braquiópodes é composta por duas valvas, designadas de
peduncular (ou dorsal) e
braquial (ou ventral). A ligação entre as valvas pode ser feita apenas por musculatura, nos braquiópodes inarticulados, ou através de uma charneira localizada no
deltídio, no caso dos braquiópodes articulados. A linha que une as duas valvas chama-se
comissura. A valva peduncular apresenta uma abertura semi-circular, o
forámen, de onde sai um
pedúnculo que fixa o animal ao substrato. A valva braquial está associada ao
lofóforo, uma estrutura característica do filo, usada na alimentação por filtração. Ambas as valvas podem apresentar
linhas de crescimento e ornamentação. As valvas dos braquiópodes são desiguais entre si (inequivalves), mas simétricas em relação a um plano médio paralelo ao comprimento do animal (equilaterais). A posição deste plano de simetria é um critério de distinção entre este grupo e os bivalves, que têm valvas equivalves e inequilaterais. Os braquiópodes são animais marinhos, bentónicos e sésseis, isto é, que vivem fixos ao fundo do mar. A fixação pode ser feita através do pedúnculo ou por cimentação directa. Algumas espécies, entre elas a
Lingula, vive em substratos enterrada em arenosos e móveis. São animais filtradores que recolhem as partículas nutritivas da água através do lofóforo. Os braquiópodes actuais estão limitados a águas frias, no fundo dos oceanos ou perto dos pólos, embora no passado geológico tenham ocupado outros
nichos ecológicos.
Os primeiros braquiópodes a surgir foram as formas inarticuladas de concha
quitino-fosfatada que apareceram no final do
Pré-Câmbrico. Os braquiópodes articulados surgiram no
Câmbrico e tornaram-se bastante diversos e abundantes. O pico de
biodiversidade do grupo foi no
Silúrico médio com a coexistência de 16 das 26
ordens descritas; por comparação, actualmente subsistem apenas cinco ordens de braquiópodes. A abundância, distribuição e diversidade do grupo no Paleozóico médio confere ao grupo enorme importância
estratigráfica enquanto
fósseis de idade. Os braquiópodes foram particularmente afectados na
extinção permo-triássica, que vitimou cerca de 90% das formas de vida existentes no fim do Paleozóico, tendo apenas sete ordens sobreviveram a esta
extinção em massa e duas delas extinguiram-se no
Jurássico. Os desaparecimentos permitiram ao grupo dos bivalves invador os nichos ecológicos previamente ocupados pelos braquiópodes, e mudou para sempre o equilíbrio entre os dois grupos. A partir do
Mesozóico e até aos dias de hoje, os bivalves foram claramente dominantes sobre os braquiópodes, que passaram a estar confinados a ambientes extremos. O género mais antigo que se conhece sem alterações evolucionárias é um braquiópode. A
Lingula é um género de braquiópodes inarticulados de concha fosfatada que surgiu no
Câmbrico e subsiste até aos dias de hoje.
Celacanto
Os
celacantos são
peixes muito especiais e, quando foram descobertos, foram considerados
fósseis vivos. A sua característica mais importante é a presença de
barbatanas pares (peitorais e pélvicas) cujas bases são
pedúnculos que se assemelham aos
membros dos
vertebrados terrestres e se movem da mesma maneira. São os únicos representantes vivos da ordem
Coelacanthiformes
O Celacanto era considerado extinto até que o primeiro
espécimen vivo foi encontrado na costa leste da África do Sul, em
25 de dezembro de
1938. Nesta época, já se conheciam cerca de 120
espécies de
Coelacanthiformes que eram considerados
fósseis indicadores, ou seja, indicando a idade da rocha onde tinham sido encontrados. Todos esses peixes encontravam-se
extintos desde o período
Cretáceo.
Atualmente, já se conhecem
populações destes peixes na costa oriental da
África do Sul, ilhas
Comores (no Canal de
Moçambique, também no
Oceano Índico ocidental) e na
Indonésia e decorre um programa de investigação internacional com o objectivo de aumentar o conhecimento sobre os celacantos, o
South African Coelacanth Conservation and Genome Resource Programme (Programa Sul-Africano para a Conservação e Conhecimento do Genoma do Celacanto, ver
abaixo).
Antes da descoberta de um exemplar vivo, acreditava-se que o celacanto era um parente próximo do primeiro vertebrado a sair das águas, dando origem a um novo grupo de vertebrados conhecidos como
tetrápodes, que inclui os
humanos. No entanto, estudos recentes não apontam mais este tipo de relação.
Crinoidea
Crinoidea (do grego
krinon, lírio +
eidos, forma +
ea, caracterizado por) é uma classe de
equinodermos que inclui os organismos conhecidos como
crinóides,
lírios-do-mar e
comatulídeos. São animais exclusivamente marinhos que ocupam todas as profundezas até aos 6000 metros. Actualmente, a classe conta com apenas algumas centenas de espécies mas o registo
geológico mostra uma
biodiversidade muito maior dentro do grupo. O modo de vida dos crinóides é variável. Algumas espécies vivem fixas a um substrato por um pedúnculo durante todo o ciclo de vida; outras podem apresentar fase adulta ou larvar de vida livre. O substrato dos crinóides pode ser um material rochoso, um fundo arenoso ou objectos como
madeira que circulam à deriva. A maioria dos crinóides actuais não é séssil e faz parte do
zooplancton dos oceanos. Os crinóides são organismos que se alimentam por filtração.
Caranguejo Ferradura (Límulo)
O límulo (Limulus polyphemus) é um artrópode quelicerado, também conhecido como caranguejo-ferradura. Apesar do nome, esta espécie está mais próxima das aranhas e escorpiões que dos caranguejos (Crustacea) propriamente ditos. São representantes do mais antigo grupo animal, que ainda vive sobre a face da Terra, os Merostomatas. Surgiu há cerca de 300 milhões de anos. Os límulos são normalmente encontrados no Golfo do México e ao longo das costas do Atlântico Norte (Baía de Delaware), para onde comumente migram ano após ano. Durante toda a primavera esses animais sobem, aos milhares, até as praias para desovar, durante as marés altas, nas noites de lua nova e cheia. As fêmeas desovam em média 20.000 ovos por cova que cavam na areia da praia; as larvas eclodem após duas semanas. Podem atingir os 50 cm. Alimentam-se de moluscos, vermes e outros invertebrados. Seu habitat são as águas marinhas costeiras rasas, sobre fundos arenosos areia e lodosos. Um variante japonês (Tachypleus tridentatus) pode ser encontrado em alguns mares, mas é considerada uma espécie sob risco de extinção devido à perda do habitat. Há ainda várias fazendas peixeiras onde os Límulos são criados para ser posteriormente vendidos como comida. Estes animais podem atingir até 51 cm, alimentando-se apenas de moluscos e alguns invertebrados. Em cativeiro sua dieta pode ser composta de nacos de carne, tais como pedaços de camarão e de lula (Foster and Smith, 2004). Sua boca é encontrada no centro que corresponde à area inferior do tórax. Um par de pinças que os ajuda a puxar sua comida pode ser encontrado de cada lado da boca. Límulos possuem a rara habilidade de regenerar seus membros perdidos, de uma forma similar ao que fazem as estrelas-do-mar. Esse atributo foi recentemente provado por Sue Shaller, do Serviço Americano de Vida Selvagem. Estes animais são extremamente valiosos como espécies para a comunidade de pesquisas médicas. Desde 1964 uma substância feita através do sangue (que é azul) dos Límulos, chamada LAL (Limulus Amebocyte Lysate, em inglês) vem sendo testada contra endotoxinas bacterianas e na cura de várias doenças causadas por bactérias. Os animais podem ser devolvidos à água após a extração de uma certa quantidade de seu sangue, fazendo com que essa busca não se torne um risco à sobrevivência destes artrópodes. A vida de um único Límulo para extração sangüínea periódica pode valer até 2.500 doláres. O sangue destas criaturas é azul, o que é um resultado da alta concentração de hemocianina cuprosa ao invés da hemoglobina ferrosa encontrada, por exemplo, nos humanos. O fato de os Límulos terem evoluído tão pouco ao longo desses 300 ou 400 milhões de anos é uma das razões que faz deste um animal tão diferente dos demais.
Monoplacophora
Os Monoplacophora (do grego monos, um + plax, placa + phora, portador) são uma classe de moluscos que se julgava extinta, até que em 1952 foi recolhido de sedimentos marinhos de grande profundidade um espécimen vivo, na região do Golfo do Panamá. O nome "Monoplacophora" significa 'portador de uma placa'. Vivem em fundos oceânicos profundos. Muito pouco é conhecido acerca deste grupo de animais. Possuem um única concha arredondada de simetria bilateral e assemelham-se aos quitones (Classe Polyplacophora). A sua concha é muitas vezes fina e frágil. O apex da concha é anterior. Os segmentos corporais apresentam uma repetição primitiva, com órgãos similares em vários segmentos. Esta organização assemelha-se à existente em alguns anelídeos, sugerindo assim uma ligação evolutiva entre este e os moluscos.
Movimentam-se através de um pé circular. A respiração é executada por 5 ou 6 pares de guelras, existentes de cada lado do corpo. A sua cabeça é reduzida e não possui olhos nem tentáculos. Alimentam-se de lama e detritos. Neopilina galatheae foi a primeira espécie a ser descoberta. Espécimenes anteriores datavam esta espécie do Paleozóico. Estes moluscos têm entre 0,5 e 3,0 cm de comprimento. Os gêneros recentes ocorrem em águas profundas do pacífico, Atlântico Sul e Índico. Parecem se alimentar de dedritos orgânicos sobre substrato não consolidado.
Monotremata
Os monotremados (Monotremata [1]), ou monotrématos, são mamíferos que põem ovos, diferindo significativamente com os modos reprodutivos dos marsupiais e dos placentários. Eles retêm muitas características de seus ancestrais terapsídeos, porém apresentam várias características mamalianas importantes, como a presença de pêlos, coração dividido em quatro câmaras, três ossículos auditivos e a presença de glândulas mamárias com produção de leite. Encontrados na Austrália, Tasmânia e Nova Guiné, os monotremados provavelmente originaram-se durante o Mesozóico, quando se separaram da vertente Theria. Compreendendo duas famílias, três gêneros e quatro espécies viventes, esta ordem constitui uma das mais distintas entre os mamíferos atuais.
Os monotremados mantiveram algumas características esqueléticas presentes nos seus ancestrais reptilianos, entre as quais as mais importantes são a estrutura da cintura escapular e alguns traços craniais. O crânio é razoavelmente grande, a caixa craniana arredondada e o focinho alongado. Os adultos das espécies viventes não possuem dentes. Dentes vestigiais estão presentes na mandíbula de jovens ornitorrincos, mas eles nunca irrompem da gengiva. Várias espécies fósseis apresentam a dentição totalmente desenvolvida. Os monotremados retêm cartilagens escleróticas, embora elas não sejam ossificadas, formando um anel ósseo, como o que ocorre com os demais amniotas, incluindo os sinapsídeos não-mamíferos. Também está presente o osso septomaxilar, o qual não é encontrado nos térios. O arco zigomático está reduzido ou ausente. O dentário (que forma a mandíbula) é delgado com um vestígio rudimentar do processo coronóide. Os ossos lacrimais estão ausentes e não possuem bula timpânica (cóclea). O esqueleto pós-craniano dos monotremados é também único entre os mamíferos. Mostram um mosaico de características inerentes dos terapsídeos não encontradas em nenhum outro mamífero, e modificações provavelmente relatadas aos hábitos escavadores dos monotremados modernos. A cintura pélvica apresenta o formato derivado mamaliano, apesar de conservar os ossos epipúbicos, enquanto sua cintura escapular é mais similar à condição tipicamente réptil, conservando os ossos coracóide, epicoracóide e interclavícula. O ombro é mais rigidamente ligado ao esqueleto axilar. O fêmur e úmero são perpendiculares ao corpo como nos répteis. Apresentam costelas cervicais.
A cloaca está presente em ambos os sexos, e constitui o orifício único, que deu nome a ordem, onde desembocam o sistema digestório, urinário e reprodutivo. Nos machos, os testículos são abdominais e o pênis situado na parte ventral da cloaca, conduz apenas o esperma. As fêmeas são ovíparas, não possuem vagina, apresentam ovidutos, onde os óvulos são fertilizados, cobertos pelo albúmen e recobertos com uma casca, e como todos os mamíferos apresentam glândulas mamárias, apesar de não possuir mamilos (tetas). Os machos apresentam um esporão no tornozelo, nos ornitorrincos esse esporão é sulcado para a passagem de uma substância glandular venenosa. Apesar de possuírem muitas características reptilianas, os monotremados são tipicamente mamíferos. Como todos os mamíferos, possuem pêlos, o coração dividido em quatro câmaras, nutrem seus filhotes com leite e são animais de sangue quente.
Nasikabatrachus Sahyadrensis
Nasikabatrachus sahyadrensis é uma espécie de anfíbio anuro endémica do Sul da Índia. A espécie foi descoberta em Outubro de 2003 e é considerada um fóssil vivo. Os membros desta espécie têm uma cor violeta e cerca de 7 cm de comprimento. Passam a maior parte do ano no subsolo. A Nasikabatrachus sahyadrensis foi inicialmente classificada numa família própria, Nasikabatrachidae, mas é hoje em dia considerada como espécie da família Sooglossidae.
Rato Da Pedra Laociano
O Kha-nyou ou Rato-da-pedra-laociano (Laonastes aenigmamus) é um roedor da região Khammouan do Laos. A espécie foi descrita pela primeira vez num artigo de 18 de Abril de 2005 por Jenkins e colegas que o consideraram diferente de todos os outros roedores que já existiam, de modo que criaram uma nova família para ele, a família Laonastidae. Os descobridores acreditam que este especime constitui um elo para a solução de uma questão intrigante da Biologia Animal: como foi que roedores como as cobaias e seus parentes chegaram ao continente sul-americano em épocas em que o bloco continental estava cercado por oceanos. Uma revisão da classificação da espécie sugere que esta possa pertencer à família Diatomyidae, considerada até agora extinta há 11 milhões de anos.
Tubarão Cobra
O tubarão-cobra (Chlamydoselachus anguineus) é uma espécie da família Chlamydoselachidae.
Esta espécie, que se julgava extinta, tem cerca de dois metros de comprimento e habita águas em profundidades que vão desde 600 a 1000 metros. Tem uma importância econômica reduzida (pesca). Um exemplar fêmea foi filmado em 24 de janeiro de 2007 numa raríssima aparição em águas pouco profundas do litoral do Japão, próximo à cidade de Shizuoka. No entanto, o espécime se encontrava em péssimo estado físico e morreu horas após ser coletado. O tubarão-cobra é uma das criaturas mais antigas já encontradas vivas nos dias de hoje. Já foram encontrados fósseis deste animal com cerca de 80 milhões de anos.
Cerithium
Cerithium são animais herbívoros pertencentes à família dos moluscos e são comuns em ambientes arenosos ou argilosos. As conchas de Cerithium são pequenas, com um canal sinfonal relativamente desenvolvido. Os fósseis destas conchas são obtidos por conservação parcial porque apenas apresentam algumas partes do seu corpo preservadas (nos estratos), principalmente as partes mais duras.
Lula Gigante
A lula-gigante (Architeuthis spp.) é um cefalópode da ordem Teuthida, conhecido por ser o segundo maior invertebrado existente na terra, perdendo apenas para a lula-colossal. As oito espécies do género habitam as profundezas dos oceanos e podem atingir comprimentos de 10 metros para os machos e 13 metros para as fêmeas, medido desde a barbatana caudal à ponta dos tentáculos. A lula-gigante tem ainda um dos maiores olhos de todas as criaturas vivas, apenas ultrapassado pelo da lula-colossal. As ventosas dos tentáculos podem atingir até 5 cm de diâmetro. Já foram encontrados diversos exemplos de marcas destas ventosas cravadas nas cabeças de cachalotes, que são predadores das lulas-gigantes. A sua existência foi considerada um mito da criptozoologia por muito tempo, mas a descoberta de corpos e juvenis no estado larval veio mostrar que este animal existe mesmo. Finalmente, em Setembro de 2004, a equipe do pesquisador japonês Tsunemi Kubodera do Museu Nacional Científico de Tóquio, e Kyoichi Mori, da Associação de Observação das baleias Ogasawara, conseguiu fotografar pela primeira vez na história um exemplar vivo no Pacífico norte, perto das ilhas Ogasawara. O animal de oito metros de comprimento agarrou-se a uma isca, presa a uma corda e lançada a 900 metros de profundidade por Kubodera. O espécime lutou por quatro horas para se libertar, amputando um dos tentáculos no processo. O tentáculo media cerca de 5,5 metros e foi resgatado pelos cientistas, ainda vivo e se movendo. As centenas de fotos obtidas foram divulgadas apenas um ano depois, numa revista científica. Outras provas, são as diversas notícias a respeito de pescadores que pescaram lulas-gigantes. As observações realizadas pelos cientistas permitiram chegar à conclusão de que as lulas-gigantes não se limitam a flutuar, mas, ao contrário, são ativas e atacam suas presas horizontalmente, prendendo-as em seus tentáculos. Os pesquisadores fizeram testes de DNA no tentáculo e descobriram que ele tem as mesmas características de tentáculos de outras lulas-gigantes encontradas próximas ao Japão.